RESUMEN
"Eu sou um pessimista ativo, porque tenho fé". Assim Muniz Sodré se declara ao conceder à Reciis uma entrevista que trata sobre a questão de raça/etnicidades em articulação com os estudos da comunicação. O professor e pesquisador argumenta que a escravidão está enraizada na forma social brasileira, pois a abolição jurídico-política não foi suficiente para abolir os espíritos escravocratas. Mas que é preciso ter fé nas movimentações e contramovimentações sensíveis do corpo do outro, negro, o qual mobiliza as barreiras de imunidade racistas. Sodré entende que a expressão lugar de fala é uma reivindicação efêmera, pois acredita na virtude do corpo como um espaço de diálogo com outros lugares. Em relação aos estudos de comunicação e raça, argumenta que as pesquisas se restringem ainda às descrições das tecnologias da mídia, assim como as pesquisas de maneira geral, mas que esses estudos "têm um papel político forte: eles fazem emergir essa classe intelectual negra que estava submersa". Muniz Sodré é professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Asunto(s)
Humanos , Habla , Etnicidad , Comunicación , Cultura , Racismo , Prejuicio , Ciencias Sociales , Violencia , Población Negra , Homicidio , Relaciones InterpersonalesRESUMEN
Muniz Sodré preocupa-se com o fato de a mídia ser parte constituinte de uma nova forma de vida. É um novo bios que se articula, depende e vive por meio dela. A mídia referencia o homem que passa a usá-la para dar sustentação à cultura e, consequentemente à capacidade de compreender as coisas. Representa mais que linguagem, que tecnologia. É mais que simplesmente equipamento que transmite ideologia. Hoje é instrumento de direcionamento ou de criação de subjetividades no homem. Subjetividades que surgem ou são moldadas e tornam-se dependentes, sedentas por informações e tecnologia no que Muniz Sodré chama de bios midiático. Quando assistimos televisão, por exemplo, vemos uma realidade segundo nossos conhecimentos, discursos, códigos pré-existentes, ou seja, vemos a realidade de acordo com a nossa cultura. O problema ocorre quando esta cultura se torna referenciada pelo tecnológico, pelo consumo, pelas regras sociais advindas desse cenário e pela informação. Esse último componente permeia cada vez mais nossas vidas. Com isso, as mídias criaram um universo novo e nele vivemos...
Asunto(s)
Humanos , Antropología , Medios de Comunicación de Masas , FilosofíaRESUMEN
Arquivo de áudio contendo a palestra do professor da UFRJ, Muniz Sodré, que discutiu a comunicação e a midiatização da sociedade. Segundo ele, a comunicação é resultado de um mal-entendido, e se este não existisse, não precisaríamos da comunicação. Discute, através de seus pontos de vista, a visão equivocada que a comunidade científica tem sobre a comunicação. Segundo ele, “Os estudiosos de outras disciplinas vêem a comunicação como um conjunto de fragmentos de disciplinas. Essa perspectiva faz da comunicação um parasita, usada apenas como pretexto para resolver problemas de outras disciplinas”. Para o palestrante, a midiatização da sociedade é o grande fenômeno do século, pois é a influência dos novos dispositivos tecnológicos e virtuais incidindo sobre costumes e rotinas, pautando comportamentos e atitudes. Muniz acredita que o computador, a internet e as outras facilidades tecnológicas estão mudando o modelo de leitura usado nos séculos anteriores, pois permitem uma série de ações conjuntas, como ouvir música e pesquisar ao mesmo tempo em que digita um texto. O palestrante destaca que esses avanços e as mudanças tecnológicas não estão ocorrendo apenas em países desenvolvidos. Elas já chegaram a todas as partes do mundo. Destaca que hoje, com as inovações tecnológicas, a informação é atualizada minuto a minuto, de maneira imediata, instantânea e global, o que impede que o acontecimento seja interpretado pelo indivíduo.